Novos estudos sobre prevenção do câncer de próstata

Mauricio Scopel Hoffmann

Novembro é o mês de lembrar que cuidar da saúde também é coisa de homem. E este ano, uma boa notícia vem do The New England Journal of Medicine, no estudo liderado por David Neal e colaboradores. A pesquisa acompanhou mais de 120 mil homens por 15 anos e mostrou que o rastreamento com o antígeno prostático específico (PSA) – um exame de sangue que detecta alterações na próstata – reduziu em cerca de 25% o risco de morte pela doença quando combinado com avaliação clínica e decisão compartilhada com o médico. O benefício foi mais evidente entre 50 e 64 anos, especialmente em homens com histórico familiar. Os autores destacam que o mais importante não é fazer o exame de qualquer forma, mas avaliar riscos e benefícios individualmente, evitando tanto o atraso no diagnóstico quanto tratamentos desnecessários. Neste Novembro Azul, a mensagem é clara: informação e acompanhamento médico salvam vidas.


+ Receba as principais notícias de Santa Maria e região no seu WhatsApp 


Violência armada: um problema de saúde pública global

Os Estados Unidos registram mais de 48 mil mortes por armas de fogo por ano, número que supera o de óbitos por acidentes de trânsito. O relatório coordenado por Frederick Rivara e publicado na JAMA propõe um plano ousado: reduzir pela metade as mortes por armas até 2040. O documento defende que o enfrentamento da violência armada deve ir além da segurança pública, integrando políticas de saúde, educação e ações comunitárias. Entre as recomendações estão licenciamento rigoroso, controle da venda de armas de alto poder, campanhas educativas e incentivo à pesquisa pública sobre violência, área negligenciada por décadas. No Brasil, os dados também preocupam: sete em cada dez homicídios envolvem armas de fogo, e o grupo mais afetado continua sendo o de jovens negros. O relatório conclui que menos armas significam mais vidas preservadas e reforça a necessidade de tratar o tema como prioridade de saúde pública. 


Antidepressivos na gestação

O uso de antidepressivos durante a gravidez ainda causa dúvidas, mas novas evidências ajudam a esclarecer o tema. O artigo assinado por Krista Huybrechts e publicado no The New England Journal of Medicine revisou estudos recentes e concluiu que, quando são levados em conta fatores de confusão como a própria depressão materna, os riscos de malformações e autismo praticamente desaparecem. Pesquisas mais antigas indicavam aumento de até 50% em defeitos cardíacos, mas análises mais modernas mostraram que esses resultados eram inflados por falhas metodológicas. Para a maioria das gestantes, o uso de antidepressivos modernos, como os inibidores seletivos da recaptação de serotonina, não aumenta o risco de malformações graves. A principal mensagem dos autores é que tratar a depressão é fundamental tanto para a mãe quanto para o bebê, e que o medo, por si só, também pode fazer mal. 

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

O perverso ciclo da violência Anterior

O perverso ciclo da violência

Qual é o trabalho do geriatra Próximo

Qual é o trabalho do geriatra

Colunistas do Site